FONTE: INTERNET
O Marechal - do -Ar Eduardo Gomes, que passou a História como Brigadeiro, foi consagrado, pela Lei 7243 de 6 nov 1984, patrono da Força Aérea Brasileira, em função da sua influência marcante na Aviação Militar e Força Aérea Brasileira, no sentido da operacionalidade crescente das mesmas; comando da 2ª Zona Aérea, no Recife, durante a 2ª Guerra Mundial; reequipamento e modernização da FAB; ajuda a solução dos problemas de seus homens; idealização, atuação e direção exemplar do Correio Aéreo Nacional e liderança inconteste, em seu tempo, sobre a Aeronáutica e FAB, pela autoridade moral que detinha, e o respeito que infundia, em função de sua coragem, idealismo, vida exemplar, dedicação extremada a Aeronáutica e a sua gente, coerência, dignidade, firmeza de convicções, vontade férrea e acentuado patriotismo e religiosidade; qualidades que contagiaram seus contemporâneos e que hoje inspiram os integrantes da FAB para a qual ele é o soldado do ar brasileiro, símbolo e padrão.
Eduardo Gomes cursou Artilharia na Escola Militar do Realengo 1915-18, em período quase coincidente com a 1ª Guerra Mundial que assinalou o surgimento e difusão de Aviação Militar.
Seu contato inicial com a Aviação Militar foi no curso de Observador Aéreo, função importante para orientar os tiros de Artilharia sobre seus alvos.
Em 5 jul 1924, participou da Revolta do Forte de Copacabana, evento que passou para a História como, Episódio dos 18 do Forte, que foi motivado pela prisão injusta e em local incompatível com o seu posto, do Presidente do Clube Militar. Marechal Hermes da Fonseca, ex - Ministro do Exército e, ex - Presidente da República além de líder da profissionalização do Exército.
Em 5 jul 1924, participou em São Paulo de nova revolução. Então comandou um batalhão da Polícia Militar de São Paulo; liderou a Artilharia revolucionária e pilotou um avião, na tentativa de lançar boletins sobre as tropas legais e bombardear o palácio do governo.
Participou em Minas Gerais da Revolução de 30. Oficial de Gabinete do Ministro da Guerra, defendeu a criação do Correio Aéreo Militar que trouxe benéficos reflexos no adestramento da Aviação Militar e na Integração Nacional. Combateu a Revolução de 32 comandando seus aviadores no Sul de Minas e Vale do Paraíba.
Em 27 nov 1935, como tenente coronel, no comando do 1º Regimento de Aviação no Campo dos Afonso, liderou a reação contra o levante comunista ali ocorrido, o que lhe valeu merecida fama.
Passado este quadro agitado concentrou-se na supervisão do Correio Aéreo Militar.
Passou a integrar o Ministério da Aeronáutica criado em 1941 e onde o alcançou a 2ª Guerra Mundial. Como brigadeiro comandou a 2ª Zona Aérea no Nordeste, com sede no Recife e sobre isto escreveu o INCAER: "O tenente de 1922, agora brigadeiro de 1941, assumiu o comando da 2ª Zona Aérea com jurisdição sobre o mar, no Nordeste, no qual travava-se vigorosa campanha contra submarinos agressores.
É a Aviação de Patrulha, incansável, dia e noite sobre o mar. É a construção de novas bases. É o recebimento de novos aviões e a adaptação de equipagens. É a reciclagem dos pilotos e suas adaptações a novas técnicas de vôo. É o preparo de pessoal subalterno. É a preocupação com o homem, com o atendimento de suas necessidades pessoais e de suas famílias. É a convivência com nossos aliados que combatem lado a lado conosco, em nossas bases sobre o oceano, no esforço de guerra comum", no Saliente Nordestino que foi o Trampolim da Vitória Aliada.
Consultado sobre a possibilidade de cessão do comando de nossas bases aéreas respondeu – seco e altaneiro – NUNCA!
Com a 2ª Zona Aérea acumulava a direção do agora CAN - Correio Aéreo Nacional, fusão do Correio Aéreo Naval, resultado da criação do Ministério da Aeronáutica.
Eduardo Gomes foi Ministro da Aeronáutica em 1954-55 e de 1965-67. Da profícua obra a frente da pasta registra-se: Aquisição dos C-82 Fairchild – os Vagões Voadores; criação da Esquadrilha de Reconhecimento e Ataque; aquisição de aviões C-130 Hércules e Búfalos e aprovados estudos sobre a fabricação do Bandeirante e realização de manobras reais com a participação da Escola de Comando e Estado - Maior da Aeronáutica, além da criação do Grupo de Suprimento e Manutenção do Galeão.
Eduardo Gomes fez seu último vôo, em 20 set 1960, no Correio Aéreo Nacional, no C-47 2015, quando também deixou o serviço ativo por haver completando idade limite de permanência. Na Reserva jamais olvidou a Aeronáutica e seus problemas.
Em 1975, ao prefaciar a 2ª Edição da História da Força Aérea, do Tenente-Brigadeiro Lavenére-Wanderley que o substituiu no patronato do CAN, escreveu a certa altura, num testemunho por seu apreço a História e Tradições da FAB que hoje o INCAER se incumbe de pesquisar, interpretar e divulgar:
"... o livro do "brigadeiro Lavenére – Wanderley recomenda-se à jovem oficialidade da FAB, para que, melhor a conhecendo no passado, mais possa amá-la e respeitá-la, orgulhando-se de serví-la."
Fomos testemunhas na Estação de Passageiros do Aeroporto Militar de Brasília do profundo respeito que a figura do Brigadeiro Eduardo Gomes infundia.
A estação estava lotada de personalidades civis, militares e eclesiásticas. Alguém anunciou a presença do Brigadeiro no recinto. Fez-se profundo silêncio e como um passe de mágica todos se voltaram para a sua venerada figura e o reverenciam com um gesto de cabeça com o mais profundo respeito e carinho. Dava a impressão que adentrara no recinto um santo cívico.
Foi uma cena muda, tocante, do mais profundo respeito e reconhecimento cívico - militar e uma grande reserva moral, que deu ao Brasil e a Aeronáutica o melhor de si. Valeu tê-la assistido e agora a testemunhado.
Eduardo Gomes nasceu em Petrópolis, em 20 set 1896 e faleceu no Rio de Janeiro, em 13 jun 1981,aos 84 anos , sem descendentes e como cristão de fé robusta. É seu biógrafo o brigadeiro Deoclécio Lima de Siqueira que foi l Presidente do INCAER, na obra Caminhada com Eduardo Gomes, em que demonstra a fidelidade do patrono da Aeronáutica ao lema" Servir, nunca se servir".
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